segunda-feira, 10 de maio de 2010

Medo do apocalipse perante o imaginário cinematográfico. Parte 1

A condição do Homem contemporâneo – individualismo e perda de sentido de comunidade. 

Perante a descrição deste cenário de individualismo, absentismo e conformismo, colocam-se, então, uma questão essencial: como o homem contemporâneo imagina a condição humana na sociedade do futuro? Expressões como “surto da apatia de massa”, “indiferença pós-moderna” e “deserção social” ou “cidadania mutilada” e “individualismo exacerbado”, são nos propostos para caracterizar a condição humana contemporânea. 

Como isso é relacionado com a sétima arte? A cultura e sociedade contemporâneas revelam o cinema como imaginário e revelador social. A proposta metodológica do fisósofo Edgar Morin (1956) para a compreensão da realidade imaginária do cinema e do homem constitui-se em dois princípios fundamentais: mais do que estudar o cinema à luz da antropologia, mais do que perceber a distinção entre real e imaginário, é essencial perceber a confusão entre estas duas dimensões, a sua unidade complexa e a sua complementaridade. Deste modo, parece relevante estudar a resposta que o cenário cinematográfico tem dado à questão colocada sobre a forma como o homem imagina a condição humana na sociedade do futuro. 

 A análise do cinema revela as tendências implícitas da sociedade que o produz. O cinema evolui com o gosto e análise da sociedade, em algumas épocas filmes de velho-oste e musicais eram comuns. Observa-se, na contemporaneidade, uma crescente tensão provocada pela idéia de que o mundo “vai mal” e de que a humanidade é responsável pelos flagelos que a atormentam, como a falta de reciclagem, destruição do planeta e perda da relação com a natureza em grandes cidades. 

 Existe uma sensação que a sociedade deve sofrer um castigo bíblico do tipo “juízo final” como pagamento de suas dividas com o meio-ambiente, existe também o sentimento de tecno-fobia, a que somos cada vez mais dependentes da tecnologia para viver, resultante do acelerado desenvolvimento tecnológico no século XX e da conseqüente incerteza sobre o domínio do homem sobre a máquina. 

Partindo do pressuposto que o cinema nos revela o homem imaginário e comprovadas as suas qualidades de indicador sociológico parecem estar reunidas às condições essenciais para a análise de propostas contemporâneas sobre a condição do homem na sociedade do futuro.

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