Noah Wyle e Anthony Michael Hall, como Steve Jobs e Bill Gates respectivamente
Ao acompanhar
o início e ascensão das carreiras de Steve Jobs e Bill Gates podemos
afirmar que a frase de Pablo Picasso – bons artistas copiam, grandes
artistas roubam – é a conclusão ideal para o que acontece no desfecho da
história dos donos de fortunas que estão entre as maiores do mundo.
Na década
de 80 somos apresentados aos jovens protagonistas na época da faculdade.
Enquanto vemos Jobs (Wyle) praticando budismo e vivendo de favor na
casa de amigos montando computadores em uma garagem, Gates (Hall) pensa
em como criar um sistema operacional para o computador Altair em seu
quarto no campus. Somos levados a adotar Jobs como o “mocinho” da
história por ser representado de maneira simplista e cativante, enquanto
Bill é encarnado de forma mesquinha e demonstra sede pelo sucesso a
qualquer custo.
As duas
personalidades distintas se cruzam quando a Apple (companhia que Jobs
inicia ao lado de Steve Wozniak para a produção de computadores em
massa) ganha patrocínio para a construção de seus computadores –
batizados Macintosh – e os apresenta com sucesso em uma feira de
informática, onde Gates também está promovendo o Altair e um sistema
operacional de sua empresa, a Microsoft. Com um sucesso esmagador a
Apple decola de uma empresa de garagem para uma das grandes potências no
mercado, enquanto a Microsoft de Gates luta para ter sucesso produzindo
sistemas operacionais para os computadores da IBM. Quando Gates fica
ciente do sucesso de Jobs começa um jogo sujo entre as duas empresas
pelo controle do mercado dos computadores.
O que
podemos afirmar é que ambos foram desonestos, pois se aproveitaram de
idéias alheias em situações propícias: Jobs, quando notou que o sistema
operacional apresentado para a Xerox poderia revolucionar a informática
com a introdução do mouse e do sistema com janelas e menus selecionáveis
tratou de levá-los para a Apple, implementando-os numa versão nova do
Macintosh. Porém Gates, que na época havia se infiltrado na Apple como
consultor, viu o sistema operacional do Mac e roubou a idéia de Jobs,
lançando pela Microsoft o mesmo sistema antes que a Apple pudesse
terminar seu projeto.
O filme
trata prioritariamente da guerra destas duas personalidades pelo domínio
do mundo dos computadores, sendo o objetivo mostrar o que aconteceu
mercadologicamente com a competição das duas empresas, onde fica a parte
mais consistente da narrativa. Apesar de achar que as figuras de Jobs e
Gates tenham ficado um tanto caricatas demais elas servem bem como
centro da história, personificando a imagem das duas empresas. Porém o
roteiro falha quando vemos estas caricaturas inseridas em subtramas
rasteiras como, por exemplo, a relação de Jobs com sua filha, que nunca é
desenvolvida satisfatoriamente.
Apesar do ritmo prejudicado por ser uma produção para a TV e de tentar mostrar informações demais em pouco tempo, Piratas
consegue mostrar como é a disputa (às vezes desonesta) pela liderança
do mercado, sendo sempre interessante ver que até milionários como Jobs e
Gates também passaram por períodos bem difíceis para chegar ao topo.